A Amamentação é um processo positivo para a saúde da mãe e do bebê, mas há vários pontos para avaliar em relação a ela, já que não está isenta de desafios. Saiba mais no artigo!

Quando a mulher começa a produzir leite?

A produção de leite nos seios é um processo fisiológico natural que se inicia durante a gestação, mas a liberação efetiva do leite ocorre principalmente após o parto. Durante a gravidez, por volta do segundo trimestre, as glândulas mamárias começam a se desenvolver e a produzir colostro, um fluido espesso e amarelado que é o precursor do leite materno.

A produção de colostro é uma resposta hormonal ao aumento dos níveis de progesterona e outros hormônios associados à gravidez. O colostro é rico em nutrientes, anticorpos e fatores de crescimento, fornecendo ao recém-nascido os primeiros nutrientes essenciais para seu desenvolvimento nos primeiros dias de vida.

Após o parto, ocorrem mudanças hormonais significativas, com a diminuição dos níveis de progesterona e o aumento da prolactina. A prolactina é o hormônio chave responsável pela produção de leite. Quando o bebê mama ou há estimulação adequada das mamas, a prolactina estimula as glândulas mamárias a produzir leite.

A produção de leite normalmente se estabelece completamente alguns dias após o parto, quando a quantidade de colostro aumenta e se transforma em leite maduro. Esse período é conhecido como “descida do leite” e geralmente ocorre entre o segundo e o quarto dia após o parto.

Durante os primeiros dias, é comum que o bebê receba colostro, que é altamente benéfico devido aos seus componentes imunológicos e nutritivos. A transição gradual para o leite maduro ocorre à medida que o bebê continua a mamar e as glândulas mamárias respondem à demanda.

É importante observar que a produção de leite é influenciada pela frequência e eficácia da sucção do bebê, além de outros fatores hormonais e emocionais. Estabelecer uma boa pega e amamentar regularmente nos primeiros dias e semanas é fundamental para promover uma produção de leite saudável e sustentável. Caso haja dificuldades na amamentação, buscar orientação de profissionais de saúde pode ser útil.

Quais são os cuidados com a saúde durante a Amamentação?

A AMAMENTAÇÃO é uma fase importante para a saúde da mãe e do bebê, e cuidados específicos são necessários para garantir uma experiência saudável e bem-sucedida. Aqui estão alguns cuidados com a saúde durante a amamentação:

  • Alimentação Balanceada: Manter uma dieta equilibrada e nutritiva é essencial para fornecer os nutrientes necessários para a produção de leite. Consumir uma variedade de alimentos saudáveis, incluindo frutas, vegetais, proteínas magras e grãos integrais, é fundamental.
  • Hidratação Adequada: Beber bastante água é importante para manter a hidratação, especialmente durante a amamentação, que pode aumentar a necessidade de líquidos.
  • Evitar Substâncias que Podem Afetar o Leite: Evitar o consumo de álcool, cafeína e substâncias consideradas prejudiciais ao bebê, pois essas substâncias podem ser transmitidas para o leite materno.
  • Cuidados com Medicamentos: Consultar um profissional de saúde antes de tomar qualquer medicamento durante a amamentação. Alguns medicamentos podem afetar a produção de leite ou ser transmitidos para o bebê pelo leite materno.
  • Pega Correta: Garantir uma pega correta durante a amamentação ajuda a prevenir problemas como fissuras nos mamilos e desconforto. Buscar orientação de profissionais de saúde é fundamental.
  • Atenção à Saúde Mamária: Manter os seios limpos e secos, usar sutiãs confortáveis e verificar sinais de problemas, como mastite ou obstrução dos ductos, são cuidados importantes.
  • Descanso Adequado: A amamentação pode ser fisicamente exigente. Priorizar o descanso sempre que possível é fundamental para a recuperação e o bem-estar da mãe.
  • Gerenciamento do Estresse: Encontrar maneiras de gerenciar o estresse, como praticar técnicas de relaxamento, exercícios leves e buscar apoio emocional, pode ser benéfico durante a amamentação.
  • Vacinação Atualizada: Manter as vacinas em dia é importante para proteger a saúde da mãe e do bebê. Algumas vacinas, como a da gripe e a contra a coqueluche, são particularmente recomendadas durante a amamentação.
  • Evitar Tabagismo e Exposição ao Fumo Passivo: O tabagismo pode afetar negativamente a produção de leite e pode ser prejudicial ao bebê. É recomendável evitar fumar e a exposição ao fumo passivo.
  • Consultas de Acompanhamento: Participar de consultas de acompanhamento com profissionais de saúde, como obstetras, pode fornecer suporte contínuo e orientação.
  • Conhecimento sobre Medicamentos e Substâncias: Informar profissionais de saúde sobre a amamentação ao receber prescrições médicas. Além disso, esclarecer dúvidas sobre a segurança de substâncias, como produtos de cuidado pessoal, é importante.
  • Apoio da Rede de Suporte: Contar com o apoio de familiares e amigos pode ser valioso. Compartilhar experiências e receber orientações práticas é benéfico.
  • Autoavaliação da Saúde Mental: Monitorar a saúde mental e procurar ajuda em caso de sinais de depressão pós-parto ou outros problemas emocionais é fundamental.

Cada mulher pode ter necessidades específicas durante a amamentação, e é essencial personalizar os cuidados de acordo com sua situação única. Buscar orientação profissional e compartilhar experiências com outras mães podem ser recursos valiosos para promover uma amamentação saudável e positiva.

O que a mulher deve avaliar para ver se o bebê está mamando bem?

A avaliação da “amamentação” é uma parte importante do cuidado da mãe e do bebê durante os primeiros dias e semanas após o nascimento. Uma amamentação eficaz contribui para o bem-estar do bebê e previne problemas como fissuras nos mamilos e desconforto para a mãe. Aqui estão alguns pontos-chave que a mãe pode avaliar para verificar se o bebê está mamando bem:

  • Pega Adequada: A pega correta é fundamental para uma amamentação eficaz. O bebê deve ter uma boa porção da aréola na boca, não apenas o mamilo. A boca do bebê deve estar bem aberta, com os lábios voltados para fora.
  • Sucção Eficiente: O bebê deve demonstrar uma sucção eficaz, com movimentos rítmicos de sucção e deglutição. Engolir durante a amamentação é um sinal positivo.
  • Posicionamento Confortável: A mãe e o bebê devem estar em uma posição confortável durante a amamentação. A mãe pode apoiar o bebê de forma a garantir uma boa pega e permitir que ele se alimente de maneira eficaz.
  • Boca Bem Aberta: A boca do bebê deve estar bem aberta durante a amamentação, cobrindo uma porção adequada da aréola. Isso ajuda a garantir que o bebê esteja recebendo uma quantidade suficiente de leite.
  • Deglutição Audível: A mãe pode ouvir sons de deglutição durante a amamentação, indicando que o bebê está efetivamente engolindo o leite. Se não houver sons de deglutição, pode ser indicativo de que a sucção não está sendo eficaz.
  • Seios Esvaziados: Após a amamentação, os seios devem parecer mais vazios, indicando que o bebê conseguiu retirar uma quantidade adequada de leite.
  • Fralda Molhada e Suja: Verificar se o bebê está molhando pelo menos seis fraldas por dia e se as fezes são de consistência e cor adequadas. Isso indica que o bebê está recebendo líquidos suficientes.
  • Ganho de Peso Adequado: O ganho de peso do bebê é um indicador importante de uma amamentação bem-sucedida. O pediatra monitorará o ganho de peso nas consultas de acompanhamento.
  • Sinais de Satisfação: Após a amamentação, o bebê deve parecer satisfeito e relaxado. O choro excessivo após a amamentação pode indicar que o bebê não está sendo adequadamente alimentado.
  • Mamadas Regulares: Bebês saudáveis geralmente têm de 8 a 12 mamadas por dia. Observar se o bebê está alimentando-se regularmente é importante.
  • Ausência de Dor e Desconforto Mamilar: Se a mãe está sentindo dor ou desconforto significativo durante a amamentação, pode ser indicativo de uma pega inadequada. Buscar ajuda de um obstetra pode ser útil.
  • Sensação de Liberação de Leite: A mãe pode sentir uma sensação de liberação de leite (descida do leite) durante a amamentação. Isso é normal e sugere que o bebê está recebendo leite.

Caso a mãe tenha dúvidas ou preocupações sobre a amamentação, é fundamental buscar apoio de profissionais de saúde. Eles podem oferecer orientações específicas, ajudar a corrigir problemas de pega e garantir que a amamentação seja uma experiência positiva para mãe e bebê.

E quando a mulher não pode ou não deseja amamentar?

Existem situações em que uma mulher pode não ser capaz ou optar por não amamentar. Cada decisão é pessoal e influenciada por diversos fatores, incluindo circunstâncias médicas, preferências pessoais, apoio social e outros aspectos individuais. Aqui estão algumas razões pelas quais uma mulher pode não amamentar:

  • Contraindicações Médicas: Algumas condições médicas podem contraindicar a amamentação. Isso pode incluir infecções transmitidas pelo leite materno, tratamentos médicos específicos ou certas condições de saúde da mãe.
  • Uso de Medicamentos Incompatíveis: Alguns medicamentos podem ser incompatíveis com a amamentação. Em alguns casos, uma mulher pode precisar tomar medicamentos que não são seguros para o bebê através do leite materno.
  • Problemas de Saúde da Mãe: Se a mãe estiver enfrentando problemas de saúde significativos que afetam sua capacidade de amamentar, pode ser necessário considerar alternativas.
  • Escolha Pessoal: Algumas mulheres podem optar por não amamentar por razões pessoais, incluindo preferências de estilo de vida, retorno ao trabalho, ou simplesmente uma escolha pessoal sobre como desejam alimentar o bebê.
  • Dificuldades na Amamentação: Algumas mulheres enfrentam desafios significativos na amamentação, como dor intensa, dificuldades na pega, ou problemas de produção de leite. Nestes casos, algumas podem decidir não continuar a amamentação.
  • Falta de Suporte: A falta de suporte adequado pode influenciar a decisão de uma mulher em não amamentar. A amamentação bem-sucedida muitas vezes requer apoio emocional, prático e informacional.
  • Retorno ao Trabalho: O retorno ao trabalho pode ser um fator que influencia a escolha da mãe. Algumas mulheres enfrentam desafios para conciliar a amamentação com as demandas do trabalho e podem optar por outras formas de alimentação do bebê.
  • Necessidade de Compatibilidade com o Estilo de Vida: Algumas mulheres podem desejar retomar sua rotina normal mais rapidamente, e a amamentação exclusiva pode limitar essa flexibilidade. Esse pode ser um fator considerado na tomada de decisão.

É importante respeitar as escolhas individuais das mulheres em relação à amamentação. Independentemente da decisão tomada, o essencial é garantir que o bebê receba uma alimentação adequada e que a mãe se sinta apoiada em suas escolhas. Caso a mulher opte por não amamentar, fórmulas infantis são uma alternativa segura e nutritiva para alimentar o bebê. Consultar um profissional de saúde pode oferecer suporte na escolha da melhor opção para a mãe e o bebê, considerando as circunstâncias individuais.

A Dra. Isabela Sanches é ginecologista e obstetra e realiza o suporte à paciente na Amamentação. Entre em contato e agende sua consulta!